quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Portugal pede à Holanda para ouvir médico que cegou 4 pessoas

As autoridades portuguesas já enviaram para a Holanda a carta rogatória que poderá notificar para prestar declarações o médico que há um ano operou em Lagoa, no Algarve, quatro pessoas que ficaram parcialmente cegas, disse fonte oficial à agência Lusa.

Aguarda-se agora o cumprimento da carta, que funciona como um instrumento de cooperação entre os dois países, já que o médico terá alegadamente regressado ao seu país de origem, segundo fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A mesma fonte revelou que foram solicitadas «informações à Ordem dos Médicos e à Ordem dos Enfermeiros, mas não foram ainda obtidas respostas».

O caso aconteceu em Julho de 2010 e o médico responsável pelas operações mal sucedidas na clínica I-QMed, Franciscus Versteeg, ainda não foi constituído arguido.

António Vilar, advogado dos quatro pacientes que ficaram cegos, disse à agência Lusa que o prazo do inquérito a este caso foi entretanto alargado até Novembro.

Segundo António Vilar, o prazo terá sido prorrogado devido à sua «complexidade» e «dificuldades na tradução» de documentos.

Dos quatro doentes, três idosos submetidos a cirurgia para as cataratas ficaram irremediavelmente cegos de um olho.

A mulher de 35 anos que fez uma operação para colocar lentes intraoculares nos dois olhos ficou apenas a ver sombras, mas já melhorou.

O advogado afirma ter sido procurado por outros três doentes holandeses que sofreram complicações semelhantes após tratamentos pelo mesmo médico, em Lagoa.

Os casos são anteriores aos dos quatro doentes operados em Julho de 2010, mas estes pacientes não apresentaram queixa logo na altura, referiu.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

PGR chama médico que cegou doentes

As autoridades portuguesas já enviaram para a Holanda uma carta rogatória para chamar a prestar declarações o médico holandês Franciscus Versteeg, que em 2010 operou quatro pessoas, em Lagoa, que ficaram parcialmente cegas. Segundo a Procuradoria-Geral da República, aguarda-se agora o cumprimento da carta.
Em Julho do ano passado, o médico, que ainda não foi constituído arguido, foi responsável pelas operações malsucedidas na clínica I-QMed. O prazo do inquérito ao caso das quatro pessoas que ficaram parcialmente cegas foi alargado até Novembro, disse António Vilar, advogado dos pacientes.
Dos doentes, três submetidos a cirurgia para as cataratas ficaram irremediavelmente cegos de um olho. A mulher de 35 anos que fez a operação para colocar lentes intra-oculares nos dois olhos ficou a ver sombras.

Autoridades já enviaram para a Holanda carta rogatória para notificar médico

As autoridades portuguesas já enviaram para a Holanda a carta rogatória que poderá notificar para prestar declarações o médico que há um ano operou em Lagoa quatro pessoas que ficaram parcialmente cegas, disse à Lusa fonte oficial.
Segundo fonte da Procuradoria Geral da República (PGR), aguarda-se agora o cumprimento da carta, que funciona como um instrumento de cooperação entre os dois países, já que o médico terá alegadamente regressado ao seu país de origem.
"Solicitaram-se informações à Ordem dos Médicos e à Ordem dos Enfermeiros, mas não foram ainda obtidas respostas", refere a mesma fonte.
O caso remonta a julho do ano passado e o médico responsável pelas operações mal sucedidas na clínica I-QMed, Franciscus Versteeg, ainda não foi constituído arguido.
O prazo do inquérito a este caso foi entretanto alargado até novembro, disse à Lusa o advogado daqueles quatro pacientes, António Vilar.
Segundo o causídico, o prazo terá sido prorrogado devido à sua "complexidade" e "dificuldades na tradução" de documentos.
Dos quatro doentes, três idosos submetidos a cirurgia para as cataratas ficaram irremediavelmente cegos de um olho.
A mulher de 35 anos que fez uma operação para colocar lentes intraoculares nos dois olhos ficou apenas a ver sombras, mas já melhorou.
António Vilar afirma ainda ter sido procurado por outros três doentes holandeses que sofreram complicações semelhantes após tratamentos pelo mesmo médico, em Lagoa.
Os casos são anteriores aos dos quatro doentes operados em julho do ano passado, mas estes pacientes não apresentaram queixa logo na altura, acrescentou.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

ENFERMEIRA CONDENADA POR NEGLIGÊNCIA

Uma enfermeira foi condenada por um crime de ofensa à integridade física de um idoso que, na sequência de um ato negligente, acabou por ver amputado metade do braço direito.
Segundo a sentença judicial tudo aconteceu em maio de 2004, oito dias depois de ter dado entrada no hospital. Queixava-se de desequilíbrios e de quedas frequentes. O médico que atendeu decidiu imediatamente o seu internamento na Unidade de Cuidados Intensivos por apresentar uma pulsação cardíaca bastante baixa.
Como tinha um hospital de problemas de coração, decidiu-se que a solução para o seu caso passava pela colocação de um pacemaker – um pequeno dispositivo implantado no peito, que estimula o coração com o objetivo de manter ou regular o seu ritmo. A operação ficou marcada para o dia 12 de maio. Quando pegou na seringa em plena cirurgia, a enfermeira responsável enganou-se: administrou um antibiótico diretamente na artéria (que transporta o sangue oxigenado do coração para as células) do antebraço, quando o que devia ter feito numa veia (que carrega o sangue das células para o coração).
O problema foi detetado quase de imediato e foi feita uma lavagem com soro fisiológico, mas a situação era irreversível: daí até à necrose (morte dos tecidos) do membro passaram poucos dias. No dia 1 de junho foi-lhe amputado totalmente o dedo e as falanguetas dos restantes. 15 Dias depois, nova amputação, desta vez a partir da zona do antebraço. Quatro meses depois, o doente viria a morrer na sequência de uma insuficiência cardíaca.
A enfermeira foi condenada a 130 dias de multa, à razão diária de 6 euros, sendo o total da pena 780 euros.        
Fonte: Revista Sábado de 11 de Agosto de 2011